Pergunto-me como as civilizações do futuro verão a nossa sociedade. Seremos julgados por isto? Tem de haver um meio-termo entre aqueles que não têm nada e aqueles que têm tudo. Não compreendo. Já não há meio-termo. Só existem as pessoas que não têm nada, e as pessoas que têm tudo. Foi nisto que nos tornámos... Lembro-me de pensar, durante as inundações do Katrina: porque são sempre os pobres a sofrer com as catástrofes? Porque nunca vemos o Bernie Madoff em cima dos telhados a pedir ajuda? Ou os presidentes do Citibank? Ou os financiadores do Goldman Sachs? Ou até o director-executivo da AIG? Nunca são eles, pois não? São sempre aqueles que não recebem nenhuma fatia da tarte porque os outros ficaram com tudo e não lhes deixaram nada, abandonaram-nos até à morte. Recuso-me a viver num país destes, mas não me irei embora. Vivemos num dos países mais ricos do mundo. Todos merecemos um emprego decente, cuidados de saúde, uma boa educação, um lar a que possamos chamar nosso. É um crime que não tenhamos isto. Mas nunca o iremos ter, enquanto continuarmos com um sistema que enriquece uns poucos à custa de muitos. O capitalismo é malvado, e as coisas malvadas não podem ser regulamentadas. Têm de ser eliminadas e substituídas por algo que seja benéfico para todos. Mas sabem... não consigo continuar a fazer isto, a menos que vocês se juntem a mim. Espero que o façam. E por favor, despachem-se.
Michael Moore

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