Acreditava ser uma pessoa absolutamente normal. A sua decisão de morrer devia-se a duas razões muito simples, e tinha a certeza de que se deixasse um bilhete a explicar, muita gente iria concordar. A primeira razão: tudo na sua vida era igual, e - uma vez passada a juventude - a tendência era que tudo passasse a decair, a velhice começasse a deixar marcas irreversíveis, as doenças chegassem, os amigos partissem. Enfim, continuar a viver não acrescentava nada; pelo contrário, as possibilidades de sofrimento aumentavam, e muito. A segunda razão era mais filosófica: Veronika lia jornais, via televisão, e estava a par do que se passava no mundo. Tudo estava errado, e ela não tinha como consertar aquela situação - o que lhe dava uma sensação de inutilidade total. Porém, daqui a pouco teria a última experiência da sua vida, e esta prometia ser muito diferente: a morte.
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