A condenação da sociedade capitalista, a exaltação do mundo primitivo, a apologia das massas - tudo isso reflectia as paixões de McCandless. Fascinado pelo retrato nobre que Jack London fazia da vida (...) Cada vez mais as cadeiras que frequentava levantavam questões sociais prementes como o racismo e a fome no mundo e as desigualdades na distribuição da riqueza. Contudo, apesar da aversão que tinha pelo dinheiro e pelo consumo desenfreado, as tendências políticas de Chris não podiam ser definidas como liberais.

Chris achava que as carreiras eram redutoras "invenções do século XX", mais uma probabilidade do que uma concretização (...)
Eu disse-lhe: "Meu, para sobreviveres neste mundo tens de ter dinheiro", mas ele não aceitou. (...) acreditava que a riqueza era vergonhosa, que levava à corrupção, com a maldade inerente (...)
Depois, num gesto que teria deixado Thoreau e Tolstói orgulhosos, dispôs todas as notas que possuía numa pilha na areia - um pequeno monte ridículo de notas de um, cinco e vinte dólares - e pegou-lhes fogo. Cento e vinte e três dólares em dinheiro foram rapidamente reduzidas a cinzas e a fumo.

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